Constelação familiar: pseudociência à desserviço da sociedade

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A Constelação Familiar é uma prática terapêutica alternativa criada nos anos 1980 pelo alemão Bert Hellinger, baseada em suas experiências como padre durante missões na África do Sul. A metodologia é baseada no conceito das “Três Ordens do Amor” que, segundo Hellinger, tem como objetivo de promover relações familiares harmoniosas.

O conceito das “Três Ordens do Amor”

Para compreender a base da Constelação Familiar, é importante conhecer o conceito das “Três Ordens do Amor”. Esse método propõe que todos os membros de uma família têm direito a pertencer ao núcleo familiar, independentemente de suas ações, e estabelece uma hierarquia dentro da família, na qual:

  • Pais têm precedência sobre os filhos.
  • Irmãos mais velhos têm prioridade em relação aos mais novos.

Embora essas ideias sejam apresentadas como formas de promover harmonia familiar, sua aplicação prática levanta questionamentos éticos e científicos, especialmente por carecerem de fundamentação comprovada e por reforçarem estruturas hierárquicas que podem ser interpretadas de maneira conservadora e limitante.

Segundo o sociólogo Mateus França, da UFRGS, que pesquisa o uso da Constelação Familiar no serviço público, essa prática representa uma transgressão dos Direitos Humanos. Ao influenciar decisões judiciais e alternativas terapêuticas, ela reforça papéis de gênero conservadores e banaliza questões graves, como violência sexual e desigualdade de gênero.

Os riscos da constelação familiar

1. Ausência de fundamento científico:
Os conceitos centrais da Constelação Familiar, como o “campo morfogenético” e as “ordens do amor,” não têm base científica. Essas ideias operam no campo da espiritualidade e energia, não podendo ser comprovadas por estudos acadêmicos rigorosos.

2. Falta de estudos:
Existem poucos trabalhos científicos sobre a eficácia da Constelação Familiar. As pesquisas disponíveis apresentam resultados limitados e não sustentam a prática como uma alternativa terapêutica confiável.

3. Potencial para reforçar violência:
Especialistas apontam que a abordagem perpetua ciclos de violência, particularmente contra mulheres e grupos vulneráveis, devido ao caráter conservador e patriarcal de suas premissas.

4. Posição do Conselho Federal de Psicologia (CFP):
O CFP declarou oficialmente que a Constelação Familiar é incompatível com a prática profissional da psicologia. Em um parecer técnico recente, o órgão destacou os riscos dessa abordagem para a ética e os direitos humanos.

A Psiquiatria e o compromisso com a ciência

Diferentemente de terapias alternativas sem comprovação científica, a Psiquiatria é uma especialidade médica fundamentada em evidências científicas. Todos os atendimentos são realizados com ética, empatia e respeito, priorizando sempre a saúde mental e os direitos humanos.

É por isso que eu repudio o uso das Constelações Familiares por sua falta de embasamento científico e seu potencial para causar danos à saúde mental e aos direitos humanos. Meu compromisso é oferecer atendimento psiquiátrico baseado na ciência, com foco na ética e no cuidado humanizado.

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